quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Fairy Tale

tomei aquele banho
passei todos os creminhos e óleos (pro cabelo, pras celulites, pra dar um cheirinho especial)
botei aquela roupa nova, com jeitinho de nova
e esperei.

aí tirei tudo.
e continuei esperando. (naquela ceninha que eu fazia, mas que só eu via no quarto)

Esperei...
Esper...
Esp...
E...
você veio!

coloquei o primeiro vestido que vi
soltei os cabelos da forma mais desarrumada que pude
e desci
não importa se muito arrumada, ou não, afinal...

...eu desci vestindo o meu melhor e mais bonito sorriso.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Texto Improvisado

Me disseram uma vez que a vida é a arte dos belos improvisos.
E eu confesso que não acreditei. Até porque sempre penso, planejo e organizo tudo que faço.
Lembro que retruquei, com minha velha teimosia sagitariana, que o improviso era a arte do efêmero, era a fuga em busca de um momento atemporal, um momento que não é passado, presente ou futuro. É a busca pelo Instante.

Mas, oh, que inocência a minha.

Não é que eu, logo eu, me peguei improvisando!
E me pego improvisando a todo minuto!

E dou o braço (à torcer) , sorrio, faço carinho, olho e reconheço...

Vivo atualmente o improviso mais lindo e verdadeiro que poderia viver.



Resolvi buscar também esse asterisco do tempo, o não-passado presente futuro, sim... e daí.

sábado, 1 de novembro de 2008

Festa à Fantasia

Tava comendo um super lanche com minha super mãe no Boomerang aqui perto de casa, e eis que olho pro lado e vejo convivendo em perfeita harmonia os seguintes:
-o pirata;
-o cavaleiro medieval;
-o homem-aranha;
-o chaplin;
-o luigi do mario bros;
-uma menininha dos anos 60;
-uma noiva meio piranhuda;
-uma chapéuzinho meio piranhuda;
-uma egípcia meio piranhuda;
-uma mamãe noel meio piranhuda;
-uma empregada completamente piranhuda.

Na verdade... Só acho incrível como tudo tem decote, e tudo tem saia curta, e são todas lindas e de cabelo liso.

Esse post é pra dizer que eu tenho pena da menininha dos anos 60 no meio de tanta perversão.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Outras linhas

Hoje me deu vontade de escrever, não sei bem sobre o quê.

Deu vontade de parar pra pensar, pra respirar.
Que nem aqueles exercícios.. "Respira, pensa em como está sua respiração... Sente o caminho que ela percorre no corpo.."

Eu nunca tinha entendido isso direito.

Porque a partir do momento em que se fala "pensa em como está sua respiração" eu a modifico instantaneamente. Então eu já não estou pensando na minha respiração, eu estou pensando numa que eu crio, exatamente no minuto agora, pra poder participar certinho do exercício.

E hoje me dei conta que sou assim sempre, em tudo.

Tô vivendo minha vidinha, aí se alguém me fala: 'pensa nisso!'. Eu penso e instantaneamente eu já modifico internamente seu sentido na minha vidinha... E aí, eu nunca sei de verdade o que acontece. Pois quando me contam, eu já modifiquei.

Não sei agir sobre o que acontece, só sei agir sobre o que eu recrio.

Eu vivo de pensar em respirar.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Sabe quando o beijo não serve mais?
O toque, a mão, o olhar, o carinho, a amizade...
Então, não serve.

Não serve porque dói, não serve porque machuca...

Em vez de deleitar beijando, fere.
Em vez de afagar tocando, corta.
Em vez de cumpliciar olhando, grita.
Em vez de acarinhar acarinhando, soca.

E em vez de ser legal.
Se é CHATO para caralho.














Tô de férias.
Sumi.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Ela, Ela, Eu.

"Ela queria uma vida calma e uma vida chocante. Pense em Van Gogh, ciprestes e torres de igreja sob um céu de cobras coleantes. Era bem filha de seu pai, queria ser amada por alguém como sua mãe, durona, judiciosa... queria correr gritando no meio dos carros com uma garrafa nas mãos. Essa era a maldição da família. Tinham propensão a acalentar bandos de desejos indisciplinados que colidiam e se cancelavam mutuamente. A maldição implicava que, por não domar os desejos, sempre acabavam sem nada nas mãos. Casou-se aos vinte e poucos anos. Quando o casamento acabou, amou uma mulher. Em ambas as ocasiões acreditava que conseguiria concentrar seus impulsos e ter uma vitória sobre sua própria confusão. Agora, com trinta e poucos anos, ela sabia menos do que nunca o que queria. Em lugar de acreditar em mudanças como fazem os jovens, começava a sentir um constrangimento nervoso que tiquetaqueava dentro dela como um relógio. Nunca pensou que iria chegar tão longe num estado assim, tão completamente sem amarras."


(Não é meu. E não sei de quem é.)



(Poderia ser meu.)

(Será em breve, do meu Eu-Dramático.)

domingo, 28 de setembro de 2008

Manhã

Bom dia, manhã!

Não havia pássaro cantando
nem galo anunciando a alvorada
Mas que delícia de manhã...

Não tinha nescau quentinho
nem bolinhos fofinhos de baunilha
Mas que gostosa manhã...

Não existia preguiça na cama
nem edredon aconchegante
Mas que adorável manhã...

Ai, manhã...
Que você vire tarde...
Que você vire noite!

Isso aqui é meu agora.

Mais meu do que nunca.

Então, livre.

Ádeus.

sábado, 13 de setembro de 2008

Folga de mim! (à Marcelo Asth, eterna inspiração)

Não, não quero mais
Cansei de mim
de você
de nós, um pouco menos
Mas preciso de sossego
Preciso de folga
Necessito dessa folga de mim
Estarei de férias, de viagem, longe, por tempo indeterminado
Tão longe que quando voltar não me reconhecerás
Irás me procurar e não estarei lá (não pra ti)
E aí, quando sentires falta... E só aí, poderás pedir meu retorno
Mas dessa vez, terá de ser em tempo integral e à máxima companhia
Pois já tendo tirado meu período de férias...
Estarei saudosa do meu melhor trabalho.

domingo, 31 de agosto de 2008

Auto-Retrato

Queria ser uma estrelinha
Daquelas de desenho de criança
Pintadas de amarelo, com rabiscos em volta (pra parecer o brilho, sabe?)

Mas não posso ser estrelinha
Sou branca, e sem rabiscos

Sou escultura antiga, realidade vivida, cheia de falhas e rachaduras
Aquelas que de longe se acha até bonita
De perto, é outra a imagem que se vê

Queria ser desenho de criança
Rosto rosa, nariz azul e cabelo laranja

Na verdade, não importa
Essa angústia, minhas falhas, minhas esperanças tantas
Eu queria é ser desenho de criança

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Sou MPB das clássicas, com mistura em Drum'n'bass e solos de guitarra.

Quando eu paro e olho pro mar, não sei quem chora mais...
Se sou eu, ou se é o mar.
O mar pela clássica distância da lua.
Eu, pela minha clássica distância do mundo.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

A Guerra

a linha de frente, de frente
a guarda armada, bandeira em riste
cavalos aguardam a ordem
silêncio

é dado sinal, tremores de terra, abalos sísmicos
tudo se passa em um segundo
não se sabe mais quem é ataque e quem é defesa
pelo menos por este instante

mas eis que de um lado, baixa-se a guarda
e aí, não há mais luta
o outro lado, triunfa como uma er(up)ção

daí em diante, só sobram possíveis futuros
o que sobrou do perdedor se pergunta se há vida após tormenta
e o que sobrou do vencedor se pergunta se há a calmaria da vitória.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Número 1.

Comecei.

E já vou começar diferente.

Começo falando pros meus ninguéns o que será isso aqui... E não já postanto algum texto de cara.

Deixo claro que minhas linhas serão postadas de maneira torta e nada lógica.

Meus textos não tem a ver com a minha vida (às vezes tem).
Meus textos não foram coisas que aconteceram recentemente (às vezes são).
Meus textos não querem dizer alguma coisa (às vezes querem).

E pra terminar,

Eu não sou subliminar, mas adoro uma metáfora.
Então pense, o que achar que é, será.

Beijos,
pontapé inicial.