quinta-feira, 20 de agosto de 2009

"Faço Teatro por que PRECISO fazer Teatro, por que eu não sei fazer outra coisa que não Teatro."

MERDA!
Corro para arrumar as coisas afinal
Tenho só 30 minutos
Será que vai dar tempo?
Leva blusa preta para um lado
Lápis de olho preto para o outro
O que acontece se eu falhar em cena?
1º sinal.

Às vezes penso em errar de propósito só para ver o que acontece
Mas se eu o fizer, o que falarão depois?
Paro de pensar nessas coisas afinal
Tenho só 20 minutos
E muito o que fazer... muito o que fazer.
E se eu morrer amanhã?
Leva sapato branco para um lado
Pó compacto branco para o outro
E se me acharem péssima?
2º sinal.

Eu tenho (não, ehr, eu queria ter) certeza
Como escolher minha vida com 20 anos?
Mudo internamente de assunto afinal
Tenho só 10 minutos
Parece que não fiz 1/3 do que deveria
Por que acho sempre que falta alguma coisa?
Leva sobretudo azul para um lado
Sombra azul para o outro
“Sou uma pena a mercê de qualquer vento”
3º sinal.

Aliás, eu tenho essa impressão de que falta algo em tudo
Só o palco me completa
Trago meus pensamentos para mim afinal
Tenho só 5 minutos
E na verdade, não tenho mais tempo
Cheguei tarde inclusive
Só me resta esperar...
Esperar para que chegue finalmente qualquer que seja meu destino e minha sorte
Também não há mais o que levar para lá e para cá
Odeio inseguranças
Penso na felicidade e na alegria de estar aqui em cima
Penso na dor e no sofrimento de estar aqui em cima
Por que esse medo?

Abrem-se as cortinas...
O palco se ilumina...

E eu estou lá.

Sozinha.

sábado, 14 de março de 2009

Toque

Sou assim... teleguiada por música

se eu fosse um celular, eu só teria sinal ao ouvir uma melodia...

Ah, e ao receber uma ligação eu estaria naquele modo: vibrar e depois tocar.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

This is a bela lembrança desta noite.

Ai, que doce lembrança o cheiro de seus cabelos...

Lembro exatamente do primeiro dia em que te vi
Entraste como um furacão dentro da sala
aquele furacão que tu és por natureza
aquele furacão de nome belo
beleza que tu possuías no nome cravada
beleza que se estendia em mim pelas noites por um bom tempo

E nossa existência, assim como a beleza, era fadada ao efêmero
era fadada ao eterno não saber

sem saber como, me apaixonei
e tu te apaixonaste também.
tu me querias o mais perto possível a todo tempo
e eu te queria sem conseguir (sem que me deixassem) estar

nós nos queríamos
queríamos mergulhar no poço escuro
mesmo sem saber onde ele era,
mergulhamos

Ah, desde o princípio foi assim...
sem me conhecer já sabias quem eu era
sem te conhecer já sabia que seria sua

e fomos.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Maresia

Ele ouvia surf music...
Disso eu me lembro bem.

Deitar em seu colo era como repousar numa rede presa em árvores bonitinhas de búzios,
era o primeiro gole de uma água de côco gelada no calçadão,
era boiar no mar da prainha,

pensando bem, mentira.

Deitar em seu colo era a tranquilidade com eminência de tormenta,
era relaxar ao sol com as nuvens se aproximando,
era dormir até o cara do abacaxi aparecer,

a marola do posto 9 era você...
ao som de Jack e Donavon...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Desabafo (ou Fome e Sede)

Já faz um tempo que minha vida não segue o que eu quis que ela seguisse.
Por mais que eu tente, a impressão que tenho é que tudo vai girando e volta ao ponto de partida.
sempre.

E por mais inovações que eu faça... que eu me supere... que eu crie oportunidades pra me fazer feliz... e que nessas oportunidades eu consiga, sim, me fazer muito feliz...

não adianta...

a impressão que dá é que sempre falta algo.

E falta mesmo.

Falta doações.
Falta o inteiro.

Me cansa doses homeopáticas do nada.

Eu quero é injeção letal do tudo.

Eu Quero ter, tenho fome de ter!
Por favor, me dê!
Só assim pra que eu tenha chance de te mostrar que mereço o que tenho...

E olha que estou na sede de fazer por merecer.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Fairy Tale

tomei aquele banho
passei todos os creminhos e óleos (pro cabelo, pras celulites, pra dar um cheirinho especial)
botei aquela roupa nova, com jeitinho de nova
e esperei.

aí tirei tudo.
e continuei esperando. (naquela ceninha que eu fazia, mas que só eu via no quarto)

Esperei...
Esper...
Esp...
E...
você veio!

coloquei o primeiro vestido que vi
soltei os cabelos da forma mais desarrumada que pude
e desci
não importa se muito arrumada, ou não, afinal...

...eu desci vestindo o meu melhor e mais bonito sorriso.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Texto Improvisado

Me disseram uma vez que a vida é a arte dos belos improvisos.
E eu confesso que não acreditei. Até porque sempre penso, planejo e organizo tudo que faço.
Lembro que retruquei, com minha velha teimosia sagitariana, que o improviso era a arte do efêmero, era a fuga em busca de um momento atemporal, um momento que não é passado, presente ou futuro. É a busca pelo Instante.

Mas, oh, que inocência a minha.

Não é que eu, logo eu, me peguei improvisando!
E me pego improvisando a todo minuto!

E dou o braço (à torcer) , sorrio, faço carinho, olho e reconheço...

Vivo atualmente o improviso mais lindo e verdadeiro que poderia viver.



Resolvi buscar também esse asterisco do tempo, o não-passado presente futuro, sim... e daí.